Quem nunca ficou cansado, estressado e esgotado só de pensar em recrutar uma carinha nova pro time? Pois é, o processo de recrutamento e seleção às vezes tira o nosso sono, mas se você souber fazer isso de forma assertiva sua vida vai ficar muito mais fácil e é isso que você vai aprender nesse post.
Eu vou te contar o que Claudia Pereira, Sócia-Diretora da Cia de Talentos , e o que a Ligia Zotini, grande pensadora e pesquisadora de cenários futuros, conversaram com a gente sobre o assunto.
O que é processo de recrutamento e seleção assertivo?
Fazer um processo de recrutamento e seleção assertivo nada mais é do que atrair, selecionar e contratar o melhor profissional para a vaga de uma empresa de acordo com o seu perfil técnico e comportamental. Atenção: eu disse técnico E comportamental
Como fazer?
Para fazer um processo de recrutamento e seleção assertivo, você precisa entender exatamente o que a vaga que você vai oferecer precisa e tem que encontrar as pessoas que mais se aproximam do que você busca. Para fazer isso de um jeito eficiente, você tem que seguir alguns passos antes de iniciar o processo:
- Conhecer a estratégia da empresa
Você tem que levantar algumas informações importantes como: quais são os desafios da empresa, o que ela quer e pra onde ela quer caminhar. Isso vai fazer com que você entenda com mais clareza o que a vaga precisa.
- Definir o perfil da vaga
Você deve listar as necessidades dessa vaga: precisa de um conhecimento técnico específico? Qual nível de conhecimento? Precisa ter experiência?
Atenção! Você tem que pensar tanto no perfil técnico, quanto no perfil comportamental. Você deve definir quais comportamentos o futuro colaborador precisa ter para poder fazer um bom trabalho.
Aqui eu quero citar uma frase que a Claudia Pereira, Sócia Diretora da Cia de Talentos Seleção, falou no nosso videocast:
"As pessoas contratam pelo pré-requisito, mas demitem pelo comportamento."
Ainda dentro da definição de perfil da vaga, você precisa definir qual é a expectativa real dessa vaga. Cuidado para não colocar uma expectativa muito alta. Você não pode querer, por exemplo, um estagiário que tenha muita experiência e muito conhecimento técnico, porque normalmente os estagiários estão em início de carreira. A vaga deve estar o mais próximo possível da realidade.
Nesse momento de estudo de perfil a conversa entre o RH e os gestores é importante. Alinhar as expectativas é fundamental. Quanto mais clareza e objetividade você tiver na hora de desenhar o perfil técnico e dos comportamentos, mais assertivo vai ser o seu processo.
- Definir quais os melhores canais para atrair candidatos
Depois de definir o perfil, você precisa levantar quais são os melhores lugares para encontrar as pessoas que se encaixam melhor. Quanto mais certeiro o perfil, mais fácil vai ser escolher o melhor canal de comunicação para essa busca.
- Desenhar as estratégias de avaliação
Você precisa ter clareza sobre quais estratégias de avaliação você vai usar para fazer a seleção. Se você precisa de uma pessoa que tenha facilidade para resolver problemas, por exemplo, você vai desenhar uma dinâmica de grupo que tenha uma atividade de um problema e vai pedir para os candidatos resolverem esse problema.
Seguindo esses 4 passos seu processo de recrutamento e seleção vai ficar muito mais assertivo.
A economia que traz prejuízo
Se você acha que fazer toda essa preparação antes de iniciar o processo de recrutamento e seleção é perder tempo, sinto informar que você está enganado.
Muitas vezes a empresa pula etapas e foca no final do processo com a expectativa de acelerar as coisas. Mas, essas "fases puladas" são uma falsa economia de tempo, porque quando você foge da assertividade, você não faz contratações tão certeiras e acaba perdendo tempo e dinheiro com processos constantes de recrutamento para uma mesma vaga. Se você investir tempo no início do planejamento você vai ganhar tempo no final do processo e vai ter mais chances de encontrar o match perfeito para a sua vaga.
Contratei uma pessoa para a vaga, o processo acabou?
Não! O processo não pode acabar com a contratação. Depois de encontrar o talento que mais parece se encaixar na vaga, você precisa cuidar do onboarding e acompanhar de perto o novo colaborador nos primeiros 60 dias.
Essa fase inicial é um momento delicado de aprendizado e de adaptação. O funcionário acabou de chegar, ele não conhece os colegas de trabalho, não conhece a cultura da empresa, e pode se sentir perdido. A empresa precisa apoiá-lo para que ele se sinta acolhido e ocupe seu lugar com propriedade.
É comum as empresas contratarem alguém que parece perfeito para a vaga e, por deixar de lado esses cuidados, em pouco tempo essa pessoa desiste do trabalho por não se sentir pertencente.
E como vai ser o processo de recrutamento e seleção no futuro?
Hoje em dia a tecnologia já está muito presente e ajuda bastante na hora da contratação. Existem empresas que usam inteligência artificial para fazer match entre candidatos e vagas, mas como vai ser feito o uso dessa inteligência para recrutamento no futuro?
Algoritmo
A primeira "peneira" em um processo de recrutamento e seleção é o algoritmo e, em um futuro próximo, isso vai se intensificar ainda mais.
Muitas vezes candidatos que são qualificados e têm o perfil que a empresa busca não chegam até a "fase humana" do processo pelo simples fato de não ter existido um match entre ele e o algoritmo. Ou seja, a forma como a pessoa escreveu o currículo, ou como a empresa descreveu a vaga, não não "conversou" com o robô que cuida dessa primeira fase de seleção.
E como usar o algoritmo como aliado no processo de recrutamento e seleção?
Você deve pensar em palavras-chave para descrever a vaga. Cuidado aqui para não ficar inventando moda. Essa não é a hora de criar nomes diferentões para os cargos. Quanto mais simples e objetivo você for, maiores serão as chances de você encontrar candidatos interessantes.
Se você fizer esse primeiro rastreio bem feito você vai conseguir pessoas mais alinhadas com a vaga, maiores níveis de retenção, menores índices de turnover e vai economizar tempo e dinheiro.
Além disso, usando a inteligência artificial você consegue fazer com que chegue no humano só as pessoas mais conectadas com a vaga.
E depois?
Em pouco tempo irão surgir mais serviços conectados a esse algoritmo que trarão ainda mais assertividade para o processo. Como assim? Eu te conto.
Quando você tem um bom funcionário, você valoriza muito essa pessoa e quer saber se de onde saiu essa existem outras. A tendência é que no futuro as empresas consigam usar a inteligência artificial no processo de recrutamento e seleção para se conectar com esse perfil ideal. A empresa vai poder criar uma persona e o algoritmo irá encontrar, dentro de um mar de gente, qual é a pessoa real que corresponde a essa persona.
Você avatar: já pensou?
Outra tendência para o futuro no trabalho é que você tenha um avatar. Esse avatar vai ser o seu "gêmeo digital" e você vai treiná-lo para que ele possa executar ações repetidas que você costuma executar.
Por exemplo, você é uma pessoa que dá muitas palestras ou aulas. Você poderá treinar seu avatar para dar essas palestras. Ao vender os seus serviços, você pode vender a palestra feita pelo avatar e, se as pessoas quiserem a sua presença para um debate pós palestra ou para um tira dúvidas, elas podem te contratar para fazer apenas essa parte do trabalho. Doido, né?
O humano vai ser descartado?
Essa pergunta é bem importante e a resposta pra ela é otimista: não, o humano não será descartado (ufa!). Mas, haverá algumas mudanças.
Nós precisamos evoluir tanto no pilar da tecnologia, quanto no pilar da humanidade. No futuro, provavelmente, as empresas estarão divididas em 2 grandes grupos de organização.
- Plataforma altamente tecnológica.
Aqui provavelmente não existirão humanos trabalhando, porque não será preciso. Uma empresa de delivery, por exemplo, poderá usar carros autônomos ou drones para realizar as entregas.
- Organizações baseadas em humanos
Do outro lado teremos as organizações baseadas nos seres humanos. Sem eles, elas não existem. São organizações ecossistêmicas, comunidades de desenvolvimento de humanos, com as quais uma pessoa só vai se vincular se estiver conectada ao seu propósito de vida.
Nessa fase, o propósito das pessoas estará bem trabalhado e desenvolvido e elas irão buscar lugares onde pessoas que tenham o mesmo propósito e a mesma missão possam se encontrar. Ou seja, eu vou procurar empresas cuja missão e propósito estejam alinhados com a minha missão e propósito. Eu sei que parece óbvio e parece que já fazemos isso, mas na verdade não fazemos. Muita gente entra na empresa e só depois descobre se o propósito se encaixa.
Como disse no nosso videocast (REFERENCIAR) a pensadora de cenários futuros Ligia Zotini, no futuro todos buscaremos "um propósito mais conectado com a verdade do seu coração, do seu ser".
E aí, curtiu?
Esse foi o primeiro post da série Futuro do RH. Espero que você tenha gostado. Como você pode ver, aqui, além de trazer um especialista pra descomplicar o seu hoje, a gente te prepara pra se destacar também amanhã.
E, se você quiser saber detalhes sobre o papo que batemos com a Claudia Pereira e com a Ligia Zotini, corre lá no nosso podcast!
Não perca os próximos episódios pra continuar mergulhando com a gente no Futuro do RH